Quando despertei e não te vi, logo percebi que era sonho. Aliás, os constantes sonhos com você ou com algo que simplesmente me lembra você (quase tudo), é o que me traz tanto sofrimento e saudade. Pensando bem, sofrimento deveria ser sinônimo de saudade.
Agora me responda, ou ao menos tente explicar o porquê dessa incessante vontade de você. O porquê dos repetitivos sonhos em que sua imagem atordoa as minhas lembranças.
Não, eu não quero mais lembrar você porque sei que não vou mais te ter ao meu lado, mas é inevitável.
O simples fato de olhar um casal passear de mãos dadas me lembra você.
Às vezes é o silêncio da tarde, ou a passagem das brisas de verão que me sussurram ao pé do ouvido o seu nome.
Incansáveis. Não se cansam de me fazer lembrar os momentos felizes que passamos juntos e, conseqüentemente, o dia em que você foi embora levando toda a nossa história sem me dar ao menos um motivo, uma razão.
Isso me dói na alma. No mais profundo do meu ego eu tento esquecê-la, mas aqui dentro tem uma voz que chama por você, insistente, maçante, teimosa.
Fecho os olhos e tento me abstrair das vontades que tenho dos seus beijos, do seu corpo no meu corpo, do seu sorriso, da sua espiritualidade.
E vivo assim, a cada dia lutando contra minha própria memória, tentando apagar você da minha mente. Tentando acabar com essa penitência imposta por meus próprios flashbacks de momentos com você. Mas eu não consigo, sabe por quê?
Eu te amo e, amor, ninguém consegue apagar.