Viva intensamente

Romance, relacionamento, amizade e muito mais. Sentimentalismo na medida certa. Identifique-se.



sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Tarde demais

Estou aqui pra te pedir que me deixe. Tomei essa decisão depois de horas e horas pensando no que ainda me faria te dar outras chances de mudar. Lembrei daquele abraço. Aquele que, quando te abracei, não senti mais nada. Não quero que me interprete mal. Não. Não foram as brigas, nem as crises de ciúme, nem as contínuas críticas sobre o meu jeito de interagir com as pessoas. Não. Foi você. Você pediu. Enquanto eu tentava construir as paredes do nosso amor, você derrubava os tijolos. Às vezes retirando um por um, às vezes com marretadas que desmoronavam uma parede inteira. Fato é que cansei. Espero que me entenda. E por favor, não chore na minha frente.
E se acaso sentir saudades minhas, pegue aquele velho retrato onde faço careta pra você. Aquele que todo mundo odiou e que você amou. Pegue o retrato e todas as lembranças minhas e reflita sobre os inúmeros “nãos” que me respondeu quando, humildemente, te pedi pra mudar esse seu jeito infantil de agir.
Fazendo isso talvez você consiga perceber que a sua mania de grandeza te fez pequena demais pra mim.
Estou indo embora. Adeus.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Egoísmo

Alguém já parou pra pensar no quanto as pessoas ficam chatas ao começarem a falar sobre si mesmo? É impressionante como eu, você e todos não conseguimos falar dez palavras sobre a nossa vida sem reclamar dela.
Têm-se um emprego, reclama-se do excesso de trabalho. Se não temos um emprego reclamamos da falta de dinheiro.
Têm-se uma pessoa ao lado, reclama-se da falta de liberdade. Se não temos alguém para se relacionar, reclamamos da solidão.
Verdade seja dita: é hábito reclamar da vida.
Agora se parássemos e olhássemos para os lados, veríamos que por mais que aquilo não te pareça suficiente, faz falta à outra pessoa. O egoísmo também se tornou protagonista na vida das pessoas fazendo com que nós, sem que percebamos, nos desfaçamos do que temos sem dar o valor que se deve.
Sabe quando reclamamos da comida que está no nosso prato? Milhões de pessoas gostariam de estar comendo metade, ou quem sabe um punhado do que está ali.
Sua TV está pequena demais para ver seus filmes de ficção? Enquanto isso milhares de crianças assistem e presenciam ao vivo os seus semelhantes morrerem de fome, frio, ou qualquer outra coisa que talvez não sentimos enquanto estamos com o nosso ar condicionado ligado, tomando o nosso chocolate quente enquanto faz frio lá fora.
Por que só quando paramos pra pensar é que percebemos isso? Esquecemos de usar o tempo como aliado. Desde que o tempo se tornou inimigo mortal do ser humano, a palavra pressa martela em nossas cabeças, fazendo-nos tropeçar em corpos, desprezarmos almas e desfazermo-nos de pessoas tão inocentes quanto nos julgamos quando se toca no assunto.
Hipocrisia? Pode parecer. Pois tenho certeza que enquanto o texto é lido, reflete-se. Mas amanhã, quando o nosso marcador de tempo despertar, nós correremos para se arrumar, reclamaremos de ter que ir trabalhar, reclamaremos do pouco tempo que temos para almoçar, reclamaremos que o nosso dinheiro não foi suficiente esse mês, supervalorizando coisas que talvez fossem o necessário para aquelas pessoas que vivem cada dia sem saber se vão ter o que comer, se vão ter onde dormir.
Verdade é que sempre estamos querendo mais. Quanto mais se tem, mais se quer. É o resultado de anos se criando uma cultura onde a ganância e o egoísmo imperam sobre a solidariedade e a fraternidade. Se isso vai um dia mudar? O que começa sempre tem um fim. Resta saber se estaremos vivos para ver.