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domingo, 24 de abril de 2011

Roda Gigante


Era linda. Iluminava as noites que, em sua ausência, eram quase sempre cinzas, sem vida. Vermelhas, amarelas, azuis, verdes, suas lâmpadas radiavam luz e cor fazendo com que pudera ser vista da sacada de todas as casas do pacato vilarejo. Uma roda gigante, com seus altos e baixos, trazia a alegria e a vivacidade às crianças da cidade. A nós também.

Entramos. De baixo podíamos ver os pés das pessoas que ainda estavam na fila, das crianças que corriam de uma atração à outra, empolgadas com a primeira noite de abertura do parque. Lembrei de quando nos conhecemos, olhos baixos, sem se encarar. Tímidos, inocentes. Tínhamos quatorze anos e estávamos descobrindo a arte de viver, de viver juntos. Sem malícia, sem tanta empolgação.

Roda ligada e, no meio do passeio uma pausa. Estávamos na metade do caminho. Daquele lugar já dava pra ver o sorriso das pessoas, contentes com seus balões, maçãs do amor, algodões-doce. Sorrisos sinceros e puros, admirando com certo ar de infantilidade as luzes e efeitos que os brinquedos traziam. O meio. Aprendemos que na vida tudo deve ter um começo, um meio e um fim. Não pra mim. Os sorrisos me fizeram lembrar quando fui apresentado à sua família. Seu pai, um homem turrão que lhe achava, no auge de seus dezessete anos, nova demais pra namorar. Sua mãe, a típica mulher caseira, simples, que adorava qualquer atitude capaz de fazê-la sorrir. Começaram os conflitos relacionados à aceitação, rotina, brigas e veio o amadurecimento. Perdeu-se a inocência, veio o desejo, porém, com ele o medo.

Medo estampado em sua cara quando chegamos ao topo. Ah, o topo! De lá podíamos ver o brilho do orvalho nos montes ao refletir a luz da lua cheia que pairava no ar. E as estrelas? Brilhavam como nunca, umas distantes, outras tão perto que pareciam alcançáveis. Se pudesse pegaria uma pra te dar. O alto. Lá nos sentimos imponentes, realizados. Do alto tudo parece manipulável, facilmente dominável.

Como na vida, a roda gigante tem altos e baixos e, nunca se sabe onde ela vai parar e se estabilizar. Paramos no alto. No auge. Adultos, experientes, vivemos o nosso melhor momento juntos. Felicidade. Aprendemos que desejo, aceitação, inocência, malícia, e outros tantos sentimentos que tivemos que aprender a conviver são relevantes. Relevantes quando há amor. Quando entram em cena os sentimentos maduros que nos fazem sentir que é hora de aceitar que somos dois em um.

Cumplicidade, compreensão, fraternidade. Estamos prontos, prontos para assumir o compromisso de vivermos juntos, mantendo sempre aceso o brilho do amor como o das estrelas que vimos do alto da Roda Gigante.

2 comentários:

  1. Muito bom !!
    Parabéns Feeh,, Tem que ser meu primo e da familia Guareschi !!
    suahsuahsauh

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  2. MUITO LINDO FEEEEEEHFEH >< s2

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